Ferrara, a Festa do Livro Judaico está de volta
“A História, as histórias”. É este o tema escolhido para a edição deste ano da Festa do Livro Judaico que termina em Ferrara no domingo, 15 de outubro. O festival literário concebido e organizado pelo MEIS – Museo Nazionale dell’Ebraismo Italiano e della Shoah [Museu Nacional do Judaísmo Italiano e da Shoah] dedica a sua décima quarta edição ao entrelaçamento entre os grandes eventos do passado e as vicissitudes dos indivíduos. Quatro dias de encontros, apresentações e oficinas, “para dar uma nova luz às histórias de vida escondidas atrás dos atos de líderes valentes, dos desastres dos ditadores e das desatenções dos poderosos, fazendo surgir as ‘vidas minúsculas’ de cada um de nós”, explicam do MEIS. O programa começa no dia 12 de outubro com um encontro entre o diretor do MEIS Amedeo Spagnoletto e os dirigentes de importantes museus nacionais, entre os quais a Galeria Borghese, o Parque Arqueológico do Coliseu e os Museus Municipais de Rimini. Na sexta-feira, a focalização é o mundo feminino com a apresentação do livro “L’ebrea errante” [A judia errante] (editora Solferino) de Edgarda Ferri, dedicado à vida de uma das mulheres mais famosas do Renascimento judaico europeu: Gracia Nasi. No domingo, o último dia da Festa, são convidados Claudia De Benedetti e o chef Ruben Bondì – autor de “Cucina con Ruben. Le migliori ricette della tradizione giudaico-romanesca e non solo” [Cozinha com Ruben. As receitas melhores da tradição judaico-romanesca e não só] (editora Cairo). O olhar depois vira para o leste com o romance de Denise Pardo, “La casa sul Nilo” [A casa no Nilo] (editora Neri Pozza) e com a banda desenhada “Il racconto della Roccia” [O conto da Rocha] de BeneDì. Vai ter também uma intervenção do professor de psicologia David Meghnagi. Em seguida, regressamos a Itália e sobretudo à relação entre judeus e fascismo, começando por alguns contos de família. Paolo Salom apresenta o livro “Un ebreo in camicia nera” [Um judeu com uma camisa preta] (Solferino), dedicado às vicissitudes do seu pai. Micol Sarfatti, no entanto, conta a vida da sua famosa antepassada Margherita Sarfatti (editora Giulio Perrone), amante judia de Mussolini e fundadora do movimento artístico italiano Novecento. Juntamente com os dois autores, participa o historiador Simon Levis Sullam. A manifestação termina com uma janela sobre Israel com o livro “Vieni tu giorno nella notte” [Vem tu, dia na noite] (editora Mondadori) de Cinzia Leone, a história de uma família perturbada por um ataque terrorista em Telavive. O livro será apresentado juntamente com a autora pelo diretor do jornal Repubblica Maurizio Molinari e pela diretora do Teatro Parenti de Milão Andrée Ruth Shammah.
Tradução de Klara Mattiussi, revisão de Annadora Zuanel, estudantes da Universidade para Tradutores e Intérpretes em Trieste, estagiárias no escritório do jornal da União das Comunidades Judaicas da Itália – Pagine Ebraiche.